Este mito divide a roda do ano em duas metades, a metade de luz presidida pelo Rei Carvalho e a metade escura presidida pelo Rei Azevinho. Os dois são irmãos gêmeos e consortes rivais pelo amor da Deusa, que preside sempre os combates entre eles, de forma consciente, uma vez que a Deusa sabe que a Roda do Ano precisa continuar a girar.
Nos seis primeiros meses do ano, é o Rei Carvalho (Luz) que presíde o trono, dias claros, com o Sol brilhando intensamente. A figura mística do Rei Carvalho é representada por um jovem forte, audacioso, corajoso, que caça a Deusa pela floresta, tomando-a para si. A cada novo dia o Sol se torna mais forte, até o solstício de verão que é quando ele se apresenta cansado, suas forças já não são mais as mesmas, e a batalha ritual com o seu irmão, o Rei Azevinho (escuridão) consome o restante de suas forças. Ele é vencido (rei morto, rei posto).
O lugar no trono é ocupado pelo Rei Azevinho, então teremos dias mais curtos e a sombra instala-se com seu manto frio…
Em Yule o Rei Carvalho volta, pois nesses seis meses sombrios, ele pode repousar, revigorar-se e regenerar-se para então voltar e desafiar seu irmão uma vez mais… Ao voltar do outro mundo ele reclama o seu trono e novamente acontece o combate ritual entre os dois irmãos e o Rei Carvalho derrota o Rei Azevinho.
E assim reina por mais seis meses dando continuidade ao círculo que se repete continuamente.
O Rei Carvalho e o Rei Azevinho são na realidade uma representação do próprio Deus Cornudo que quando Deus Carvalho revela-nos o aspecto de renascimento da Luz e quando Rei Azevinho exibe o seu aspecto de morte.
Algumas lendas representam o Rei da Luz pelo Veado e o Rei das Sombras pelo Lobo. Ele nos lembram que a vida e morte são na verdade uma continuidade, um passo para uma nova realidade, para um novo momento, o qual devemos encarar com sabedoria e sobriedade.
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